"Ainda sangrando dos arranhões, pediu silêncio com as mãos e, com o sol nascendo atrás da cabeça, contou que, lá dependurado no abismo, tinha ouvido uma voz. Viu que os medrosos já se encolhiam rezando e cochichando: fantasmas, sombras, vozes... que vida esperava por eles naquele castelo? Não seria melhor voltar enquanto era tempo?...
-Ouvi uma voz - Bobuque repetiu fechando os olhos coo se ainda ouvisse o eco - e ela me mandou dizer a vocês os sete palpites da vida eterna.
O primeiro palpite era que, nesta vida, só a morte é certa, além, é claro, dos imprevistos e das descobertas.
O segundo palpite lembrava que o que passou, passou; ninguém pode adivinhar o futuro, e assim, a Eternidade é hoje.
O terceiro palpite receitava perdão para curar o coração; e, para os males da alma, receitava nenhuma ambição.
O quarto palpite dizia que ninguém é maior que o próprio tamanho - mas que a vontade e trabalho removem montanhas.
O quinto palpite ensinava que para trabalhar feliz só há um jeito: fazer com prazer e cada vez mais bem-feito.
O sexto palpite garantia que para a aventura é preciso coragem - mas que mudar a si mesmo é a melhor viagem.
Finalmente, o sétimo palpite lembrava que a vida é mistério, a morte é segredo - e perguntava: então por que tanto espanto? para que ter medo?"
[As batalhas do Castelo - Domingos Pellegrini]
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5 comentários:
Deixo-te um beijo eterno, sentido
comentando sobre o teu poema:
sinta cada momento,
beije como se a sede você matasse na saliva.
abrace como se o calor do outro te aquecesse pra sempre.
sinta, ame.
Bejinho de boa semana
"O terceiro palpite receitava perdão para curar o coração"
preciso de um band-aid.
Que lindo, lindo !!!
-adorei o nome do blog!-
=*
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